SEJAM BEM-VINDOS: BOA LEITURA.

AGRADEÇO POR SUA PARTICIPAÇÃO.

ESPERO QUE A LEITURA TENHA SIDO EDIFICANTE.

EFESIOS 5:11 "E NÃO SEJAIS PARTICIPANTES NAS INFRUTIFERAS OBRAS DAS TREVAS, ANTES POREM REPROVAI-AS."

27 de março de 2011

PREGAR SOBRE O PECADO????? ISSO NÃO DÁ IBOPE!


CEGOS GUIANDO CEGOS.





TEMOS VISTO E ASSISTIDO UMA AVALANCHE DE 'TELE-PREGADORES', 'TELE-EVANGELISTAS' ( QUE NUNCA EVANGELIZAM), 'TELE-PASTORES', MAS QUE EVANGELHO TEM SIDO PREGADO? O EVANGELHO QUE TRANSFORMA VIDAS? O EVANGELHO QUE RESTAURA O MAIS VIL PECADOR NUMA NOVA CRIATURA? NÃO , DEFINITIVAMENTE NÃO!
HOMENS QUE VÃO A TV, EM SEUS PROGRAMAS "CRISTÃOS", E O ASSUNTO É : QUEBRA DE MALDIÇÕES HEREDITÁRIAS, QUEBRA DE MALDIÇÕES FAMILIARES, BENÇÃOS FINANCEIRAS, "CURAS" DE ENFERMIDADES ETC....
2 TESSALONICENCES 1. 10b,11-"Perecem porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.  Por isso Deus lhes envia a operação do erro para, para que creiam na mentira."
PRESENCIAMOS IGREJAS SUPER-LOTADAS,  PESSOAS BUSCANDO POR UM DEUS QUE POSSA MUDAR AS CIRCUNSTANCIAS DE SUAS VIDAS, BUSCAM ALIVIO PARA SUAS ALMAS, BUSCAM SOLUÇÕES PARA SEUS PROBLEMAS COTIDIANOS, BUSCAM CURA PARA AS ENFERMIDADES, MAS RARAMENTE BUSCAM ALIVIO, CURA, SOLUÇÃO PARA O PIOR, O  MAIS GRAVE PROBLEMA DO SER HUMANO: O PECADO. QUEREM SERVIR A DEUS SEM NENHUM COMPROMISSO COM ELE. QUEREM OS MILAGRES, MAS NÃO O QUE REALIZA OS MILAGRES.
CERTA VEZ JESUS ESTAVA PREGANDO, CURANDO, REALIZANDO MILAGRES COMO DE COSTUME, E A MULTIDÃO POR SINAL MUITO GRANDE O SEGUIA, JESUS OBSERVA AQUELAS PESSOAS (JOÃO 6. 22 AO 66)- QUANDO ELE COMEÇA A FALAR SOBRE A NECESSIDADE PRINCIPAL DO HOMEM "A SALVAÇÃO" DECLARANDO ELE MESMO COMO SENDO O PÃO DA VIDA, E NÃO O PÃO QUE PERECE, QUE ERA O QUE O POVO BUSCAVA, MUITOS O ABANDONARAM, E FICANDO POUCOS, JESUS PERGUNTA AOS 12, "NÃO QUEREI VÓS RETIRAR-VOS TAMBÉM? "
OBSERVAMOS HOJE,  A  PEQUENA PORCENTAGEM DE CRENTES QUE FREQUENTAM A ESCOLA BIBLICA DOMINICAL; 10%, 15%??? MAS É SÓ ANUNCIAR "NESSE DOMINGO O PREGADOR TAL...O APOSTOLO TAL..O MILAGREIRO TAL E PRONTO...AQUELES QUE NÃO VEM A ESCOLA BIBLICA POR "VARIOS MOTIVOS" COMO UM MILAGRE COMPARECE NO DOMINGO PELA MANHÃ.
HÁ MUITO SHOW,  MUITA MUSICA, MUITO LOUVOR, MAS POUCO ENSINO BIBLICO. NUNCA OS EVANGÉLICOS LOUVARAM TANTO, E NUNCA FORAM TÃO ANALFABETOS DE BIBLIA. NUNCA HOUVE TANTOS ANIMADORES DE AUDITÓRIO, E TÃO POUCOS PREGADORES DA PALAVRA DE DEUS.
CONCORDO COM O REVERENDO AUGUSTOS NICODEMOS EM SEU LIVRO : O QUE ESTÃO FAZENDO COM A IGREJA?- "HÁ MUITOS CANTICOS, LOUVORES, SUSPIROS, GEMIDOS, SUSSURROS, LAGRIMAS, OLHOS FECHADOS E MÃOS LEVANTADAS AO ALTO, MAS POUCO ARREPENDIMENTO, QUEBRANTAMENTO, CONVICÇÃO DE PECADO DA PARTE DOS CRENTES, GEMIDOS DE ANGUSTIA POR HAVEREM QUEBRADO A LEI DE DEUS, UMA PROFUNDA CONSCIENCIA DA CORRUPÇÃO INTERIOR, QUE ACABA POR LEVAR OS CRENTES A REFORMAR A SUA VIDA, SE TORNAREM MAIS SERIOS  EM SEUS COMPROMISSOS COM DEUS, A MUDAR REALMENTE DE VIDA."
PRECISAMOS DE UM VERDADEIRO AVIVAMENTO!
PRECISAMOS DE PREGADORES COMPROMISSADOS COM O VERDADEIRO EVANGELHO!
MUITO TEM SE IMPORTADO DA "AMERICA", UM EVANGELHO POBRE, SEM PODER DE TRANSFORMAR VIDAS, UM "ENGANANGELHO" DE QUEBRA DE MALDIÇÕES, CURA INTERIOR, UNÇÕES EXTRAVAGANTES ETC!
PREGAR SOBRE A NECESSIDADE DO HOMEM DE DEIXAR A SUA VIDA DE PECADO, NÃO ISSO NÃO DÁ IBOPE...NEM NA TELEVISÃO, NEM NOS TEMPLOS...O POVÃO QUER "PÃO E CIRCO", QUEREM QUE SEUS EGOS INFLADOS E PROBLEMATICOS SEJAM ACARICIADOS, MASSAGEADOS POR "HOMENS DE dEUS" QUE PREGUEM MENSAGENS DE AUTO-AJUDA, UM PULPITO QUE MAIS PARECE UM DIVÃ DE PSICOLOGO DO QUE UM LUGAR DE SE PREGAR A PALAVRA.
OREMOS PARA QUE DEUS NOS CONCEDA UM VERDADEIRO AVIVAMENTO NO BRASIL...URGENTE!!!!!!!






POR: PROFESSOR VALDIR MANENTE GUIMARÃES.









18 de março de 2011

MISSÃO EM APOIO A IGREJA SOFREDORA NO JAPÃO

Missão em Apoio à Igreja Sofredora no Japão

















Prezados irmãos: paz!
Com todo o nosso envolvimento no Haiti desde a catástrofe de 12/1/2010, Deus foi nos dando experiência na questão pós-catástrofe. Ele também foi trazendo ao nosso coração uma paixão ardente pela igreja sofredora no mundo.
Imbuídos dessa direção de Deus, e tendo em vista o terremoto seguido de tsunami que ocorreu no Japão há poucos dias, viajaremos ao país na próxima semana, numa jornada de poucos dias. Temos estado em contato com os pastores nipo-brasileiros, e apesar de todos os temores e incertezas eles vêem esse momento como uma grande oportunidade missionária. Nós também.
O objetivo desta viagem é estabelecer um reconhecimento das maiores necessidades da igreja local. Estaremos ali eu e o Pr. Robson Gomes, ambos da MAIS, acompanhados da missionária Margaretha Adiwardana, diretora da organização SOS Global, que trabalha com assistência pós-catástrofe há anos. Nos reuniremos com os pastores da Associação de Ministros Evangélicos do Japão, com vistas a encorajá-los, consolá-los e treiná-los para o desafio que se iniciou em sua terra. Quando voltarmos, saberemos mais como ajudá-los.
Alguns tendem a pensar que o Japão não precisa de ajuda por tratar-se de uma potência econômica. De fato, antevemos que nosso trabalho lá será diferente de tudo quanto fizemos no Haiti. Mas sabemos que o medo, o suicídio e a insegurança serão sempre razões para a participação direta da igreja de Cristo. E, mesmo assim, já soubemos de formas práticas e mesmo financeiras de ajudar, principalmente em locais onde água e comida tem chegado com dificuldade.
Seguem, portanto, alguns motivos de oração:
1) Ore para que Deus nos dê graça nos detalhes que ainda faltam na viagem. O visto precisa sair até 2a feira (21/3); as reservas aéreas ainda não foram 100% confirmadas; e todos ainda precisamos de graça na área financeira para embarcar.
2) Ore por nosso encontro com os pastores nipo-brasileiros. Queremos ser sensíveis às suas necessidades e ser bênção para eles numa proposta de longo prazo. Queremos ter o que dizer e oferecer nessa hora de dor e insegurança.
3) Ore pelas equipes de socorristas que enviaremos após nossa viagem: precisamos dos recursos, dos contatos e da estratégia correta.
4) Ore por nossa saúde: o risco de radiação ainda é grande.
Uma estratégia que temos sugerido, em oração, para nossos parceiros, é que levantem uma oferta única e específica para o Japão no próximo final de semana. As ofertas destinadas à Missão MAIS serão usadas com dois fins: 1) No envio de socorristas; 2) No apoio a pastores nipo-brasileiros nas regiões afetadas. Por enquanto, esses são nossos objetivos, com base nas poucas informações que já possuímos. Os dados bancários da MAIS se seguem:

Missão em Apoio à Igreja Sofredora

BANCO ITAÚ

AG.0937

CC 44077-4

CNPJ 12.492.298/0001-83
(se possível, ajude-nos a identificar ofertas para o Japão adicionando 0,10 – dez centavos – ao total de sua doação)
Obrigado por teu apoio! Que Deus abençoe sua vida, sua igreja, seu ministério.
NEle,
Pr. Mário Freitas

Diretor









Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz1GzTbBTyB

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16 de março de 2011

AL CAPONE UNGIDO

RECEBI UM E-MAIL DE UM AMIGO QUE ESTA MORANDO NA ITALIA, E LÁ ELE ESTÁ POR DENTRO DOS ACONTECIMENTOS NO MEIO EVANGÉLICO BRASILEIRO!
RESOLVI POSTA-LO, QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA DE NÓS.






Por J. Lee Grady, editor da Revista Charisma:


Houve um tempo em que Al Capone controlava toda a cidade de Chicago. O notório gangster da década de 1920 subornou o prefeito, comprou a polícia e, como um rei, presidiu um império de cassinos, redes de contrabando e botecos em pleno vigor da Lei Seca. Ele se esquivou das balas por muitos anos e viveu acima da lei – ganhando assim a reputação de “intocável” porque ninguém podia levá-lo à justiça.
Antes que Capone fosse finalmente preso em 1932, ele justificou seus crimes dizendo: “Tudo o que faço é para atender a demanda do público.” Ele nunca assumiu responsabilidade pelo estrago que causou porque prefeitos, policiais, líderes comunitários e estelionatários o apoiaram todo o tempo.
Odeio ter que comparar ministros de Deus a um mafioso. Mas a triste verdade é que atualmente há alguns (talvez mais do que só alguns) pastores que possuem algumas das características mais abomináveis de Al Capone. São mestres do engano e da manipulação. Eles compraram seu espaço na subcultura evangélica carismática e usaram suas místicas habilidades hipnóticas para controlar grandes redes de TV cristãs.
Mas a exemplo de Al Capone, seus dias estão contados. A Justiça logo os agarrará.
Estes falsos profetas provavelmente começaram com um chamado genuíno da parte de Deus, mas o sucesso os destruiu. Eles se desviaram da fé verdadeira e foram seduzidos pela fama e pelo dinheiro; quando seus ministérios cresceram, eles apelaram a táticas questionáveis para manter a máquina religiosa rodando. Mas agora, em meio à Grande Recessão Americana, Deus está tratando com eles.
Mas antes que nos regozijemos por estes impostores estarem sendo despejados de seus púlpitos e varridos das emissoras, pausemos por um minuto e reflitamos: como tais falsos profetas alcançaram tanta popularidade? Jamais teriam conseguido sem a nossa ajuda.
Nós fomos os idiotas. Quando eles diziam: “O Senhor lhes dará riquezas incontáveis se vocês semearem mil dólares agora”, imediatamente pegávamos o telefone e nossos cartões de crédito. Que Deus nos perdoe.
Nós fomos os cegos. Quando eles diziam: “Preciso que hoje vocês façam uma oferta sacrificial para que eu possa consertar meu jatinho particular”, sequer perguntávamos por que um servo de Deus não era humilde o suficiente para voar em classe econômica para alguma nação de Terceiro Mundo. Que Deus nos perdoe.
Nós fomos os tontos. Quando ficávamos sabendo que eles estavam vivendo em imoralidade, maltratando suas esposas ou povoando cidades com seus filhos bastardos, dávamos ouvidos às suas desculpas ao invés de exigir que estes pastores vivessem como verdadeiros cristãos. Que Deus nos perdoe.
Nós fomos os ingênuos. Quando eles imploravam por dois milhões de dólares extras para tapar algum rombo no orçamento, nos sentíamos incomodados em perguntar por que eles precisavam dormir em suítes de hotel cuja diária custava dez mil dólares. Na verdade, sempre que questionávamos algo, outro cristão rapidamente retrucava: “Não critique! A Bíblia diz ‘Não toque o ungido do Senhor!’” Que Deus no perdoe.
Tratamos estes charlatões como Al Capones, como se eles fossem intocáveis, e como resultado a corrupção se espalhou pelas igrejas carismáticas como uma praga. Nosso movimento está contaminado pelo materialismo, orgulho, engano e imoralidade porque tivemos medo de dizer o que estes palhaços realmente são: inseguros, egoístas, egocêntricos e emocionalmente confusos.
Se tivéssemos aplicado discernimento bíblico há muito tempo atrás, teríamos evitado todo este caos. Jamais saberemos quantos incrédulos rejeitaram o Evangelho porque viram a Igreja apoiando pilantras que se gabavam, coagiam, mentiam, manipulavam, subornavam, roubavam e, com lágrimas, conquistavam espaço em nossas vidas – enquanto os aplaudíamos e depositávamos dinheiro em suas contas.
Sempre que cristãos bem intencionados citam 1 Crônicas 16:22 (“Não toqueis os meus ungidos e não façais mal aos meus profetas”) para encobrir a sujeira e o charlatanismo, eles cometem uma injustiça contra as Escrituras. Esta passagem não ordena que nos calemos quando um líder está abusando do poder ou enganando as pessoas. Pelo contrário, somos chamados a confrontar o pecado em amor e honestidade. E certamente não estamos amando a Igreja se permitimos que os Al Capones carismáticos de nossa geração a corrompam

14 de março de 2011

A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ SOMENTE.








Um Deus Justo e Salvador




"A Doutrina da Justificação Pela Fé Somente"

"Como eu, pecador injusto, posso ser colocado em uma posição correta diante de um Deus Santo?". Esta é basicamente a pergunta à qual a doutrina que será tratada brevemente neste artigo traz a resposta. Trataremos de uma verdade essencial à sã doutrina da salvação: a Justificação pela fé somente. Este é o artigo de fé pelo qual a Igreja permanece de pé ou cai, conforme Lutero disse. É o eixo em torno do qual toda a religião gira, como também disse Calvino.
De fato, o Apóstolo Paulo já afirmara em seu tempo que aqueles que tentam combinar Cristo às obras, e tentam unir a graça de Deus com o mérito, na justificação, estão desligados de Cristo (Gl 5.2,4). Mais ainda, ele afirmou que se deve considerar sob anátema todos quantos ensinem uma outra mensagem (cf. Gl 1.8), que distorça a doutrina da justificação pela fé somente, a qual era o cerne do Evangelho que ele próprio pregava - daí o Apóstolo chamar tal doutrina de "a verdade do evangelho" em Gl 2.5. Destarte, não devem ser considerados algo de somenos importância deslizes acerca deste ponto doutrinário.
A Reforma Protestante, do século XVI, nasceu a partir da batalha pela recuperação dessa verdade evangélica. Ao dizermos que esta foi uma verdade "recuperada", porém, faz-se necessário asseverar que não tencionamos afirmar a falsa idéia de que a Justificação pela fé somente havia sido completamente perdida na história da Igreja desde os apóstolos - uma vez que, como pode ser demonstrado, além de não ter sido inventada por Lutero, esta foi uma doutrina que já havia sido confessada anteriormente, na Igreja primitiva. Falamos recuperação, porém, no sentido de que, com a Reforma, esta doutrina gloriosa, presente nas Escrituras Sagradas, foi ensinada com claridade igual àquela em que o tema se apresenta na Bíblia - mesmo tendo vivido os reformadores numa época em que os conceitos de justificação em muito divergiam do texto bíblico.
Perto de sua morte, Lutero relembrou como, ainda sendo monge, foi impactado por esta verdade da Escritura, isto é, a verdade da Justificação Pela Fé Somente - aquele princípio que, mais adiante, seria conhecido como o princípio material da Reforma, aquilo que dá substância à fé evangélica. Segundo ele próprio, a expressão "justiça de Deus", presente em Romanos 1.17, sempre lhe foi motivo de terror. "Eu odiava esta expressão 'justiça de Deus'", disse o Rev. Dr Martinho Lutero. Tal aversão se devia ao seu entendimento desta expressão como referência à justiça mediante a qual Deus pune os pecadores injustos e ao seu reconhecimento acerca de si próprio como alguém que estava em falta com este Deus.
Embora como monge Lutero buscasse viver irrepreensivelmente, ele se percebia como um pecador diante de um Deus Santo; percebia que, por melhores que fossem as "folhas de figueira" que as suas justiças pessoais pudessem lhe prover, nada que ele fizesse seria o bastante para cobrir a sua injustiça diante do Deus que é "puríssimo de olhos", nem para satisfazer o padrão de perfeição exigido pelo Altíssimo. Passar tempos sem se alimentar ou dormir no chão frio não bastaram para comprar-lhe a paz com Deus. "Não podia acreditar que Deus era aplacado por minha satisfação", dizia aquele pecador sobre sua condição.
Após meditar dia e noite, ele descobriu o sentido da tão odiada expressão "justiça de Deus", em Rm 1.17. Pela graça de Deus, a palavra tão grandemente "odiada" passaria, desde então, a ser alvo do seu amor.
"Eu prestei atenção ao contexto das palavras, a saber, 'A justiça de Deus é revelada, como está escrito, 'O justo viverá pela fé'. Comecei, então, a entender que a justiça de Deus consiste em que o justo vive por um dom de Deus, a saber, pela fé. E este é o significado: a justiça de Deus é revelada pelo evangelho, a saber, a justiça passiva de Deus com a qual Ele nos justifica pela fé, como está escrito, 'O justo viverá pela fé'. Senti como se estivesse nascendo de novo e tivesse entrado no paraíso por portões abertos... E eu celebrei minha doce palavra com um amor tão grande quanto o ódio com o qual anteriormente odiei a expressão 'justiça de Deus'. Desta forma, aquela passagem em Paulo veio a tornar-se para mim verdadeiramente o portão do paraíso"
O que Lutero compreendera, neste momento descrito acima, é que a "justiça de Deus" não é somente algo que Deus requer, mas, também, algo que Ele próprio concede livremente àqueles que crêem no Seu Filho - a saber, "a justiça de Deus mediante a fé em Cristo, para todos e sobre todos os que crêem" (Rm 3.22). Não obstante, a doutrina bíblica da justificação em toda a sua extensão foi se tornando clara a ele somente com o tempo - após as grandes disputas procedentes da publicação das Noventa e Cinco Teses. Somente em 1535, com o seu Comentário aos Gálatas, o reformador daria uma exposição mais completa, profunda e exata acerca da justificação pela fé somente e do caráter alheio desta justiça, segundo as Escrituras.
Com o nascimento da Reforma, e o espalhar-se da mensagem da fé evangélica, e os escândalos envolvendo o clero, veio a contra-reforma católica romana. E, com ela, veio também a definição clara do que era a posição da Igreja Católica Romana acerca da Doutrina bíblica da Justificação, no Concílio de Trento. O Concílio esclareceu aquilo que, ainda hoje, é crido pelos católicos romanos acerca da justificação, através de cânones que são, segundo a definição de Roma, irrevogáveis. O Ensino Católico Romano acerca da Justificação
Roma entende que a justificação é um processo que se inicia no batismo e que se estende por toda vida. Uma graça recebida que, no entanto, pode ser perdida, e recuperada através do sacramento da penitência. Para a Igreja Romana, a justificação deve ser compreendida como a obra da graça de Deus no coração do crente, que causa uma justiça inerente, a qual, por sua vez, serve de base para a aceitação do indivíduo diante de Deus e merece a justificação final. Justiça esta que também se obtém, aumenta e preserva através das boas obras, pelos crentes, assistidos pela graça, cf. Trento, Sessão VI, Cân. 24: "Se alguém disser que a justiça recebida não se conserva nem tão pouco se aumenta perante Deus pelas boas obras, mas que as boas obras são meramente frutos e sinais da justificação que se alcançou, e que não é causa de tal aumento - seja anátema".
No âmbito soteriológico, segundo a doutrina católica romana, justificar tem a ver com "fazer justo" e não, essencialmente, com "declarar justo"; ao sustentar isto, Roma se mostra em concordância com a interpretação mais proeminente entre os mestres medievais, seguindo a tradução de Jerônimo da Vulgata Latina, na qual a palavra grega "diaikosune", cujo significado é "declarar justo", foi vertida como "justificare", que significa "tornar justo". Isto, por sua vez, aponta para a realidade de que, segundo a doutrina católica oficial, a justificação diante de Deus tem a ver com uma mudança moral que ocorre no indivíduo e não, com algo estritamente forense. Por isso, no capítulo VII da Sessão VI do Concílio de Trento, que descreve a visão católica da justificação, diz-se que: "[a justificação] não é somente uma remissão de pecados, mas também a santificação e renovação do homem interior pela voluntária recepção da graça e dos dons mediante os quais o homem injusto se torna justo...". Aqui, fica absolutamente clara a identificação entre santificação e justificação, que a teologia romana realiza.
Com efeito, o conceito de justificação forense pela fé somente, segundo o qual se diz que somos justificados pela imputação da Justiça de Cristo somente, é rejeitado de modo expresso pela Igreja Romana, nos cânones 9 e 11 da mesma Sessão acima referida: "Se alguém disser que o ímpio é justificado somente pela fé, entendendo que nada mais se exige como cooperação para conseguir a graça da justificação... que seja anátema"; "Se alguém disser que os homens são justificados somente pela imputação da justiça de Cristo... que seja anátema". Embora alguns teólogos católicos romanos de nossos dias, comprometidos com o Ecumenismo, tentem dar a entender o oposto, tais declarações são repúdios à posição protestante.
Destarte, de modo simples, poder-se-ia contrastar as visões do Catolicismo Romano e do Protestantismo ortodoxo como segue: Processo versus Ato declarativo; Justificação moral versus Justificação forense; Infusão versus Imputação; Justificação pela fé e pelas obras, inspiradas pela graça, versus Justificação mediante a fé somente, por Cristo somente. As primeiras palavras de cada uma dessas frases tendo a ver com a concepção católica e as posteriores, com a protestante. Uma Defesa Bíblica da Doutrina Evangélica da Justificação Pela Fé Somente
Uma Definição desta Doutrina bíblica. A Justificação é o ato de Salvação, da parte de Deus, mediante o qual Ele nos declara justos com base no que Cristo fez por nós (cf. At 13.39; Rm 3.22,24-26; 5.1,9-10,16-21; 8.1,33-34; 10.4; 1 Co 1.30; 2 Co 5.19,21; Ef 1.6; Fp 3.8-9, etc). Na justificação, Deus não somente perdoa os nossos pecados, imputando-os ao Cristo Crucificado (cf. Is 53.6; Rm 4.7-8,22-25; 5.18; 2 Co 5.19,21; Gl 3.13), como também nos imputa a justiça perfeita de Cristo (cf. Fp 3.8-9; Rm 5.19; 10.4; 1 Co 1.30; Jr 23.6; Is 61.10), isto é, a obediência perfeita de sua vida em perfeita consonância com a lei de Deus, na qual o Senhor Jesus cumpriu "toda a justiça" de Deus (cf. Mt 3.15) por nós.
Um Ato declarativo e não, um Processo. Uma evidência - de que nos ensinos de Cristo a justificação do pecador diante de Deus é instantânea - é a descrição feita pelo Amado Jesus da justificação de um cobrador de impostos que, após ter clamado a Deus por misericórdia, "desceu justificado"(cf. Lc 18.14); mesmo antes de crescer na graça santificante e de receber qualquer sacramento, aquele publicano recebeu de Deus a bênção da justificação, completa e definitiva. Segundo o Senhor, quando um indivíduo ouve o evangelho e crê, naquele momento, passa da morte para a vida: "Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida"(Jo 5.24). Não há processo aqui, da mesma forma como não há em qualquer lugar que a Bíblia fale da justificação diante de Deus. Deveras, não é de se admirar, diante disso, que a justificação dos crentes seja referida pelos escritores bíblicos como um evento completo, um ato divino perfeito e não, como um processo de aperfeiçoamento a ser completado no futuro - e dependente do homem. Daí ser dito que "Justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus por intermédio do Senhor Jesus Cristo... logo, muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Rm 5.1,9); e também: "Portanto, agora, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1). "...Agora, já não há nenhuma condenação" implica dizer, necessariamente, que a justificação já é um fato para aqueles que foram unidos a Cristo Jesus. O cristão foi transferido de um estado para outro, houve uma mudança do seu status diante de Deus; de uma posição de "condenação" para uma de "justificação" diante do Juiz do Universo, desde quando creu em Cristo, pois está escrito que "Quem nele crê não é condenado", enquanto "o que não crê já está julgado; porquanto não crê no unigênito do Filho de Deus" (Jo 3.18).
O sentido comum da palavra "justificar" nas Escrituras Sagradas. "Justificar" é uma palavra usada profusamente nas Escrituras Sagradas com um sentido forense e jamais, com o sentido de aperfeiçoamento moral. Não é por acaso que justificar, tanto no AT quanto no NT, aparece repetidas vezes contrastado com termos relativos à condenação, v. Dt 25.1; Pv 17.5; Rm 5.16,18; 8.33-34; isto ocorre porque o verbo justificar é usado pelos escritores bíblicos como o antônimo de condenar - denotando o caráter eminentemente judicial dos termos. Tal contraste estabelecido nas Escrituras é harmônico com a posição protestante (pois o oposto de condenar é "absolver" ou "declarar justo ou inocente"), mas serve de óbice para a interpretação papista, de vez que, se justificar fosse usado nas Escrituras significando "tornar justo", o seu oposto jamais seria "condenar", mas, sim, "tornar ímpio" ou "depravar" - contudo, espécie semelhante de contraste não se encontra.
O uso paulino da palavra. A palavra grega traduzida por "justificar", no NT, é dikaioo. Ela aparece cerca de 40 vezes e Paulo, quando a usava, o fazia num sentido judicial. Este parece ter sido o uso comum da palavra, na época. Tanto é assim que alguns papiros do século I apresentam a palavra supracitada referindo-se a certas decisões judiciais. De fato, mesmo outras palavras correlatas à justificação no ensino de Paulo, como logizetai, traduzida como "imputada" ou "creditada" ou "atribuída", também se tratam de termos legais - denotando, inclusive, tanto o sentido objetivo desta justificação como a verdade de que não se está tratando de uma justiça inerente ou "comunicada". Deveras, a própria Bíblia jamais fala de justificação em termos de infusão de justiça (como pretenderiam os papistas), mas, sim, em termos de imputação de justiça, cf. Rm 4.3-8,12,22-25 (tal como sustentaram os Reformadores, muito acertadamente).
Uma justiça que é extrínseca. O caráter alheio desta justiça, que demonstra ser a justificação algo extrínseco, também pode ser provado de muitos outros modos. Na passagem de Rm 4.5, vemos que Deus justifica o indivíduo não com base no fato de que ele já iniciou uma vida de santidade ou com base no fato de que ele já é santo interiormente (daí ser dito que Deus "...justifica o ímpio"), mas, sim, em função de uma justiça perfeita que lhe é externa e creditada. O que demonstra a justificação não se baseia em algo que esteja no indivíduo. Isto, aliás, harmoniza-se mui perfeitamente com Filipenses 3.8-9, onde o Apóstolo das gentes diz: "... perdi todas as coisas e as considero refugo, para ganhar a Cristo, e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, mas somente a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, através da fé". Aqui, vemos mais uma vez que a característica desta justiça, mediante a qual somos justificados, é que ela não está nós (daí ser dito "...não tendo justiça própria"), nem é fruto do nosso trabalho e piedade pessoal, mas procede de Deus e a recebemos como uma dádiva (vs. 9; cf. Rm 1.17; 3.19-22) - razão pela qual é chamada de "dom da justiça" (Rm 5.17).
Uma justiça recebida somente pela fé. Este "dom da justiça" é recebido somente pela fé. Se, por um lado, é verdade que não há uma declaração explícita da frase "justificação pela fé somente", também é verdade que este é o ensino que perpassa toda a Escritura. Não há como escapar deste ensino quando Paulo declara enfaticamente que "ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. E por isso diz Davi ser bem-aventurado o homem a quem Deus imputa justiça, independentemente de obras", em Romanos 4.5-6. Que a fé é o único meio de justificação para Paulo fica suficientemente claro na passagem anterior, mas isto também é afirmado de outros modos. Outro modo pelo qual Paulo ensina isto é quando ele rejeita qualquer outro meio de justificação, exceto a fé. "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Rm 3.28). "... sabendo, contudo, que o homem não é justificado pelas obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus..." (Gl 2.16). E para que não se digam que tais passagens referem-se a somente uma classe de obras e que as obras não são de todo excluídas, na concepção paulina de justificação, basta que se cite passagens onde ele explicitamente faz a exclusão de qualquer tipo de obras, a exemplo de Efésios 2.8-9: "Visto que pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie". Pela graça, mediante a fé e não de obras - isto não pode significar outra coisa além de que a salvação é "somente pela graça e somente mediante a fé", visto que, se obras forem acrescentadas, não poderá mais se dizer que "não vem das obras" e nem tampouco que é "pela graça"; pois, "se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça" (Rm 11.6).
Entendendo um pouco melhor a doutrina da Justificação. A Santidade de Deus requer que Ele odeie e puna os pecados (cf. Gn 18.25; Jr 44.4; Ez 18.4; Hb 1.13; Sl 5.4-6; Rm 1.18; 2.5). Destarte, Deus puniu os pecados do Seu povo em Cristo (cf. Rm 3.25-26), a fim de permanecer justo ao justificar os crentes. Por outro lado, a natureza perfeita e santa deste Deus, refletida em Sua Lei moral, requer de nós uma perfeição (i.e., uma justiça perfeita) para que, assim, Ele possa nos declarar justos aos Seus olhos (v. Gl 3.10ss; cf. Tg 2.10; Mt 5.48). Não basta uma ausência de débito, há, pois, a necessidade de um crédito para que sejamos justificados. O problema é que nenhum de nós detém uma obediência perfeita para que a ofereçamos a Deus (v. Is 64.6; Rm 3.10,23). De fato, já nascemos pecadores e culpados diante de Deus, em função da Queda (cf. Sl 51.5; Rm 5.12). Mais ainda, não raro pecamos contra a Sua lei (cf. 1 Jo 1.10), e mesmo depois de crentes, embora estejamos crescendo em santidade, nada que possamos engendrar fará com que atinjamos uma justiça perfeita (cf. Ecl 7.20; Rm 7.14-15,18; Pv 20.9; Jó 25.4-6; Sl 143.2). Para nossa felicidade (e não é por acaso que chamamos isto de "boas novas"), Deus o Filho veio realizar aquela obra que não poderíamos fazer (cf. Mt 1.21; Lc 19.10); Ele não somente morreu em nosso favor e em nosso lugar (cf. Is 53.11-12; Mc 10.45; Rm 4.22ss; 5.8; 2 Co 5.14; Gl 3.13; Cl 2.14; 1 Tm 2.6), aplacando a ira divina (cf. 1 Jo 2.2; 4.10), como também viveu uma vida perfeita e adquiriu uma justiça perfeita diante de Deus em nosso favor (cf. Rm 5.18-19). Uma justiça que recebemos gratuitamente quando cremos (cf. Rm 3.22ss; 10.4) e que, justamente por ser perfeita, não precisa de qualquer acréscimo de nossas justiças pessoais imperfeitas para que Deus nos aceite - somos aceitos por Deus em Cristo, cf. Rm 8.1; Ef 1.6-7.
Verdadeiramente, o Senhor nosso Deus "não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniqüidades" (Sl 103.10), porque Jesus Cristo satisfez todas as exigências dos padrões divinos em nosso benefício (cf. Rm 8.3-4; 10.4; Gl 3.22-29; 4.4-5; Jo 19.30; Is 53.11-12).
Casos de salvação na Bíblia contrariam a doutrina católica romana da justificação. Dado o fato de que o padrão divino é a perfeição (cf. Mt 5.20,28), é somente se tivermos em vista a doutrina da imputação da justiça de Cristo que poderemos entender relatos como os da salvação do publicano pecador e do ex-ladrão, casos relatados respectivamente em Lc 18 e 23. Os dois indivíduos não detinham uma perfeição que lhes fosse inerente, mas foram justificados instantaneamente por Deus. Em que base Deus fez isto, afinal? Só pode tê-lo feito com base na justiça perfeita de um substituto, uma justiça imputada - assim como ocorre com todos os crentes, quando confiam em Cristo para salvação, cf. Rm 10.4; Fp 3.6-9; v.tb.1 Co 1.30; 2 Co 5.21. No caso do publicano, vemos aquele pecador sendo justificado diante de Deus mediante a fé somente, ao ter se humilhado diante de d'Ele e clamado, em fé, por misericórdia - reconhecendo, pois, a sua total impotência de salvar-se a si mesmo. Jesus, na passagem, declara que aquele homem "desceu justificado", cf. Lc 18.14 - e isto, diga-se, antes mesmo dele ter começado a crescer em santidade. Semelhantemente, no caso do ex-ladrão, vemo-lo sendo salvo sem ter feito qualquer coisa para merecer a justificação (v. Lc 23.42-43) e sem ter participado de qualquer sacramento supostamente necessário para a salvação; colocando doutro modo, vemos aquele indivíduo também sendo salvo somente por meio da fé.
Fatos como estes ainda fazem desmoronar por completo outra crença papista: a de que o batismo é a causa instrumental da justificação. Uma crença que é insustentável biblicamente, de vez que a mesma Bíblia que afirma categoricamente que "não fomos salvos pelas nossas obras de justiça" (Tt 3.5) também afirma que o batismo é, sim, uma obra de justiça (cf. Mt 3.15).
Tais casos não foram exceções por indivíduos serem salvos somente mediante a fé. De Gênesis a Apocalipse, o Evangelho perpassa as Escrituras - quer de modo mais implícito nas várias predições do Messias Redentor e da obra que Ele realizaria (AT), quer nas explanações do que este Cristo de Deus realizou (NT) para a salvação dos pecadores. E o cerne dessa mensagem a que chamamos de "boas-novas" é Deus fazendo pelo homem aquilo que este não poderia fazer por si próprio. É Deus providenciando os meios pelos quais o homem injusto pode se colocar numa posição correta diante d'Ele. No campo da justificação, é Deus providenciando uma justiça perfeita ao homem, à parte de quaisquer obras pessoais do indivíduo que crê, à parte dos esforços humanos, para que a glória da salvação seja somente d'Ele. Não admira que, quando o carcereiro de Atos 16 perguntou a Paulo e Silas o que deveria fazer para ser salvo (vs. 30), os homens de Deus tenham respondido simplesmente: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa"(vs. 31). Deveras, tanto os santos do Antigo quanto os do Novo Testamento foram salvos somente por meio da fé; enquanto estes foram salvos mediante a fé com base no que Cristo fez (Rm 4.22-25), aqueles foram salvos mediante a fé com base naquilo que Cristo faria (Rm 4.5-6). Tanto em Rm 4.3ss quanto em Gl 3.6ss, Paulo lembra a justificação de Abraão, citando Gênesis 15.6, como o exemplo da forma como todos os crentes são justificados diante de Deus; e nesta passagem veterotestamentária citada, não encontramos Abraão "cooperando" com a graça em um processo de infusão de justiça, nem participando de um sacramento, assim como também não o vemos realizando quaisquer boas obras ou penitências; antes, é-nos dito simplesmente: "Abraão creu e isso lhe foi imputado como justiça"; bastou ele confiar nas promessas graciosas de Deus para instantaneamente ser justificado diante do Senhor. Isto é Sola Fide, e nada mais. Como também é demonstração desta mesma verdade a passagem registrada no Evangelho Segundo Marcos 2.5, quando Jesus pronuncia o perdão a um paralítico meramente porque viu sua fé: "Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados". Verdadeiramente, como os profetas anunciavam, "por meio do seu nome, todo aquele que nele crê recebe a remissão de pecados" (cf. At 10.43), e "por meio dele [Cristo], todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés" (At 13.39).
Ademais, que a justificação é uma obra de Deus somente, à parte de qualquer obra humana, também fica claro quando, nos contextos nos quais a justificação é incluída, Deus é o agente único dela. "...Sendo justificados, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça... tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser o justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus"(Rm 3.24-26); "Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios... Deus prova seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue..."(Rm 5.6,8-9); "Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo" (Rm 5.17); "E aos que [Deus] predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós, o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rm 8.30-33).
Justificação não é santificação; mas isso não quer dizer que os crentes não crescem em santidade. Justificação (Rm 3.28-4.6) e Santificação (Ef 2.10; 2 Pd 3.18) são bênçãos distintas - ainda que sejam reais para todos os que são de Cristo (cf. 1 Co 6.11). Biblicamente, a justificação é a obra de Deus por nós que nos declara justos; enquanto a santificação é a obra de Deus em nós que nos faz justos. Pelos casos citados acima, bem como pelo ensino geral das Escrituras, fica patente que a santificação não é condição para justificação.
Na verdade, a santificação é o resultado da justificação. Os que forem verdadeiramente justificados crescerão em santidade. Afinal, de acordo com a Bíblia, em virtude da união com Cristo (v. Cl 1.27; Jo 15.4; 1 Co 1.30; Gl 2.20), os crentes, durante sua peregrinação neste mundo, permanecem sendo moldados à imagem do Filho de Deus (Rm 8.29), e, conquanto sejam sempre falhos na terra (cf. Pv 20.9; Sl 130.3; Jó 25.4-6; Ecl 7.20; 1 Jo 1.10), há uma transformação gradativa (2 Co 3.18), de crescimento em santidade (2 Pd 3.18), que é realidade neles e atingirá a sua plenitude na glorificação (1 Jo 3.2).
Outrossim, não discordamos dos católicos romanos que haja uma renovação moral no pecador - apenas não confundimos isto com a justificação, que é coisa distinta. Negamos, porém, que a regeneração (o ato inicial da salvação, em que Deus faz nascer de novo o pecador e o vivifica, cf. Jo 1.12-13; Ef 2.1-5; 2 Co 5.17, etc) e a santificação (o processo de crescimento em santidade) possam ser de alguma forma a base de nossa aceitação diante de Deus, porquanto "Cristo Somente" (sua satisfação pelos pecados e a justiça de sua vida) é o único fundamento da nossa relação com Deus e a causa única de nossa aceitação diante do Deus Santo, cf. Rm 4.22-25; 5.8-10,16,18; 10.3-4; 1 Co 1.30; 2 Co 5.19-21; Ef 1.6; Fp 3.8ss, etc.
A justificação não pode ser revogada ou perdida. Na mesma epístola em que o Apóstolo chama a vida eterna de um "dom gratuito"(Rm 6.23) e a justificação de "dom da justiça"(Rm 5.17), ele também diz que os dons são irrevogáveis (cf. Rm 11.29) - o que significa dizer que a vida eterna e a justificação são dons irrevogáveis. Deveras, a Escritura diz que aqueles a quem Deus justifica, a esses Ele também glorifica: "E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou"(Rm 8.30). O que a Escritura está dizendo é que todos quantos são declarados justos (justificação) decerto participarão do aspecto futuro da salvação, quando a santificação terá atingido o seu alvo e os crentes em Cristo terão sido final e completamente conformados à imagem de Cristo (cf. Rm 8.29). A idéia de uma justificação perdível, tal como Roma ensina, é estranha às Escrituras, porque esta é uma bênção que repousa completamente fora do crente, a saber, repousa em Cristo e n'Ele somente - conforme já dissemos anteriormente. Esta é a explicação bíblica para a justificação ser descrita, no presente, tão certa quanto no futuro: "Logo, muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Rm 5.9-10). O ensino de Tiago acerca da fé e das obras não contradiz o de Paulo. Como entender que Paulo ensine que os homens são "justificados pela fé", e "à parte de obras", em Romanos 4 e Gálatas 3, e Tiago afirme que somos "justificados pelas obras, e não pela fé sozinha"(cf. Tg 2.14-26)? Trata-se de uma apenas aparente contradição. Mas, se cremos que os dois apóstolos em discussão estavam falando sob a inspiração do Espírito Santo, e Deus não pode falhar e nem se contradizer, segue-se que a possibilidade deles haverem efetivamente se contradito não existe realmente. Para que não haja um entendimento equivocado, que coloque em oposição Escrituras inspiradas, bastam algumas observações breves mas importantes.
Em Romanos e Gálatas, o Apóstolo Paulo está explicando como um homem pode ser declarado justo diante de Deus, isto é, como o homem pode ser transferido de um estado de condenação para um de justificação diante do tribunal de Deus. Por outro lado, o Apóstolo Tiago, em sua Epístola inspirada, está explicando o que caracteriza a fé verdadeira, como os homens demonstram ser justos diante dos homens dando prova da sua fé. Enquanto Paulo está repudiando o erro daqueles que, em seu tempo, a exemplo dos papistas de hoje, tentavam combinar a graça com as obras, a justiça de Cristo com os esforços pessoais do indivíduo, condicionando a graça a certos rituais necessários para salvação, Tiago, por sua vez, está condenando aquilo que se chama de "antinomismo" - que era aderido por pessoas que, em seu tempo, pareciam não compreender que a fé genuína é manifesta na obediência. Logo, a pergunta a que Paulo trata responder é distinta daquela que Tiago se empenha em elucidar. Paulo está elucidando a questão de "Como eu, pecador, posso ser colocado numa posição de retidão diante de Deus?"; já Tiago, diferentemente, está elucidando a questão de "Como eu posso saber que minha fé é genuína?".
Deve-se observar, ainda, que "justificar" em Tiago refere-se a algo distinto daquilo a que Paulo referencia com o termo. Em Paulo, "justificar" está se referindo unicamente à justificação "diante de Deus" (ver Gl 3.11), mas, em Tiago 2, o mesmo termo é usado em referência à justificação diante dos homens (cf. Tg 2.18, "... mostra-me a tua fé... te mostrarei a minha fé pelas minhas obras"). Justificação, no contexto de Paulo, tem a ver com o ato declarativo de Deus; mas "justificação", no contexto de Tiago, tem a ver com uma vindicação de justiça, em que o indivíduo que professa ter fé é justificado diante dos homens pelas obras. Enquanto Paulo fala do meio instrumental da salvação, Tiago está falando da evidência da fé genuína e do fruto da salvação - "porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração"(1 Sm 16.7). Deus conhece o meu coração e sabe da fé que existe nele; mas você não o conhece, portanto, as minhas obras testificam, diante de mim e de você, a existência da fé genuína. Se eu disser que creio, Deus saberá perfeitamente se falo a verdade; mas, a menos que eu mostre a você a minha fé pelas obras, jamais você saberá de tal coisa. É precisamente por isso que, embora diante de Deus sejamos justificados somente mediante a fé (no sentido de sermos colocados numa posição correta diante d'Ele), somos "justificados" diante dos homens (no sentido de que provamos nossa fé diante deles) pelas nossas obras. Para Tiago, assim como para Paulo, uma fé falsa (i.e., meramente histórica) é morta. Mas é absolutamente certo que, tanto para Paulo quanto para Tiago, a fé genuína, pela sua natureza, é uma fé viva e jamais morta, porquanto o crente verdadeiro tem pela fé a vida de sua alma (Rm 1.17), e a Cristo como a vida de sua fé (Gl 2.20).
A justificação é "pela fé" no sentido de ser "mediante a fé" e não, no sentido de ser baseada nela. As Escrituras Sagradas ensinam que os crentes são justificados dia pisteos, em Rm 3.25, que quer dizer "mediante a fé"; pistei, em Rm 3.28, que quer dizer "pela fé"; e ek pisteos, em Rm 3.30 e 5.1, que quer dizer "por fé". De fato, a própria Bíblia estabelece que a salvação é "pela graça... por meio da fé" (dia pisteos), em Ef 2.8 - denotando, assim, a função de meio instrumental que a fé possui, no que concerne ao recebimento da salvação. Mas, mesmo isto sendo verdade, jamais é dito que os crentes são justificados dia pistin, i.e, por causa da fé.
A verdade é que a fé não é uma "obra meritória" (v. Ef 2.8ss) e nem a base de nossa salvação. Não somos salvos "por causa da fé", mas por causa de Cristo somente. A suficiência da fé repousa na de Cristo; e a excelência da fé não está em Si mesma, mas em Seu objeto (v. 1 Co 1.30). De sorte que o cerne da verdade da justificação pela fé somente não é que a nossa fé seja a "maior ou mais meritória de todas as obras", mas, sim, que Cristo é suficiente para - somente por causa de quem Ele é e do que Ele fez - livrar-nos da condenação eterna e colocar-nos numa posição correta diante de Deus.
A justificação do pecador não é, pois, uma recompensa de Deus devido ao fato do indivíduo crer, mas, sim, algo que é concedido gratuitamente, à parte de qualquer obra ou merecimento humano, e que é simplesmente recebido pela fé - esta, no caso, é comparável a um "estender das mãos" da alma do crente para receber a dádiva de Deus, o "presente" da vida eterna; é também comparável a um olhar confiante da parte do crente que se volta ao Deus Salvador (v. Is 45.22), na pessoa do Mediador, o Cristo Crucificado (cf. Jo 3.14-15), e que espera n'Ele e somente n'Ele, pelas promessas do santo Evangelho, a salvação. Destarte, se somos justificados mediante a fé somente, é porque o somos por causa de Cristo Somente.

Conclusão

A Doutrina da Justificação Pela Fé Somente tem servido de conforto para os servos de Deus, em todas as épocas. A verdade de que nada daquilo que possamos fazer poderá nos justificar diante de Deus é um insulto para o homem não-cristão, para aquele que confia em sua própria justiça quanto à salvação (v. 1 Co 1.18-23). No entanto, para aqueles que foram confrontados com a ira de Deus, e que estão, por conseguinte, cônscios de sua própria pecaminosidade, esta é uma doutrina que serve para lembrá-los para onde devem olhar, quando se sentirem acusados por Satanás e aterrorizados pela lei: Cristo.
Saber que nossa posição diante de Deus não depende de nossas justiças pessoais, mas que somos justificados somente devido à satisfação que Cristo ofereceu na cruz e à obediência que Cristo cumpriu, é algo que traz paz e segurança. Na beleza do Cristo crucificado podemos encontrar cada um dos nossos pecados julgados, punidos, condenados. E na valiosíssima e puríssima justiça de Cristo, temos as "vestes" de que necessitamos para nos apresentar diante do Senhor.Leitor, caso você ainda não tenha confiado somente em Cristo para a salvação, pois até hoje confiou, pelo menos em parte, em si mesmo e em sua obediência pessoal (obras) para salvar-se; saiba que o bendito e gracioso Jesus o convida a lançar sobre Ele o seu fardo de culpa e receber d'Ele o Seu manto de justiça. E isto gratuitamente, mediante a fé somente e para sempre. "Eis, agora, o dia da salvação" - se hoje você confiar em Cristo Jesus, em Sua obra e justiça, estará conhecendo em verdade àquele Deus a quem o Seu povo chama jubilosamente de "Senhor, justiça nossa" (Jr 23.6; cf. 1 Co 1.30). Sim, você regozijará grandemente, tal como todos os que recebem de Deus a Sua justiça imputada, mediante a fé somente: "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como a noiva se enfeita com as suas jóias" (Is 61.10).
A salvação que lhe foi anunciada, nesta página, é realmente digna de ser chamada de "tão grande salvação" (Hb 2.3), como a chamou o escritor bíblico. Trata-se de algo eterno, que se baseia somente em Cristo, na Sua graça e é recebido mediante a fé somente. Trata-se de uma salvação que não requer um "estado de purificação dos eleitos", como um purgatório, porquanto o que verdadeiramente liberta de toda mancha de pecado é o sangue daquele "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"; trata-se, também, de uma salvação que não requer que você acrescente o seu mérito e a sua justiça pessoal à justiça de Cristo, para que possa ser salvo, visto que estamos falando de uma justiça perfeita, concedida mediante a fé somente. Afinal, a salvação que aqui foi tratada não é outra senão uma que foi providenciada por um Salvador, perfeito e suficiente. Que este Salvador do mundo possa ser, hoje, o seu Salvador pessoal, para a glória de Deus - esta é a nossa oração. Amém.
"Imediatamente recebi o poder para crer nisto, e os raios plenos do 'Sol da Justiça' brilharam sobre mim. Vi a suficiência da propiciação que Ele [Cristo] havia feito, meu perdão selado em Seu sangue, e toda a plenitude e perfeição de Sua justificação. Num instante, eu cri e recebi o Evangelho... Não fosse o braço do Todo-Poderoso por detrás de mim, penso que eu deveria ter morrido com gratidão e alegria. Meus olhos se encheram de lágrimas e minha voz ficou embargada de emoção; eu só podia olhar para o céu em temor silente, tomado de amor e adoração" (William Cowper, cit. "O Sorriso Escondido em Deus", de John Piper, pág.35 - Edições Vida Nova, 1ª Edição - Fevereiro de 2002).





Bibliografia



HOEKEMA, Anthony. Salvos Pela graça: A Doutrina Bíblica da Salvação. 2ª Edição Revisada. Editora Cultura Cristã, 2002



MACARTHUR, John; SPROUL, RC. BEEKE, Joel; GERSTNERr, John; ARMSTRONG, John. A Justificação Pela Fé Somente: A Marca da Vitalidade Espiritual da Igreja. São Paulo, Editora Cultura Cristã.



ARMSTRONG, John. O Mistério Católico. São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002.



LLOYD-JONES, D.Martyn. Romanos - Exposição sobre o Capítulo 8.17-38: A Perseverança Final dos Santos. São Paulo, Editora PES, 2002.



GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. São Paulo, EdIções Vida Nova, 1993.



STOTT, John. A Cruz de Cristo. São Paulo, Editora Vida, 1991.

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10 de março de 2011

SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO MANIPULADO.

PAZ A TODOS.
RECEBI ESSE TEXTO POR E-MAIL; TEXTO ESSE QUE SE DESTACA A CRITICA A NOSSA SOCIEDADE DESPROVIDA DE BOM SENSO E ÉTICA. UMA SOCIEDADE SEM VALORES MORAIS, E SE O "TIVER"...SÃO NO MINIMO RELATIVIZADOS E DE PROCEDENCIA DUVIDOSA. PROCEDENCIA ESSA DE ARTISTAS DECADENTES, COM VALORES ETICOS-MORAIS PROCEDENTES DE UM "LIXÃO" FILOSÓFICO PREDOMINANTE NAS NOVELAS, B.B.Bs , PROGRAMAS DE AUDITÓRIOS DA VIDA, CARNAVAIS ETC...
VOCÊ PODE LER O TEXTO ABAIXO, POIS AINDA "HÁ LIBERDADE DE EXPRESSÃO" NESSE PAIS...EU DISSE POR ENQUANTO...A LEI DA MORDAÇA VEM AI....


Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo! - Isaías 5.20

... o mundo inteiro jaz no Maligno. - 1João 5.19

O brasileiro parece possuir um talento especial para escolher seus ídolos, e isso se revela de forma bizarra no cinema. Por isso, creio que seja oportuno, ainda que tardio, tributarmos uma singela homenagem aos diretores, roteiristas e cineastas do nosso país.
Veja se não é justo? Recentemente as telonas nos apresentaram Agenor de Miranda Araújo Neto, um homem de valores indefectíveis que construiu sua vida a partir de bons costumes, cultura elevada e músicas tocantes. Nunca ouviu falar? É o Cazuza. Uma pessoa que jamais experimentou a devassidão, nunca participou de bacanais nem orgias, cultivou relacionamentos afetivos dignos de imitação, jamais acendeu uma Canabbis e nem se deixou seduzir por cocaína, álcool ou qualquer desses recursos alternativos. Um homem criado sob a disciplina dos pais, sempre presentes, que lhe transmitiram sabedoria de vida suficiente para fazê-lo chegar tão longe – Onde foi mesmo que ele chegou? – Cazuza chegou tão longe porque seus pais souberam lhe dizer NÃO e foram seus amigos – amigos até demais.
Cazuza era um traficante (palavras da própria mãe). Ele trouxe drogas da Inglaterra. Mas qual o problema? Isso não chega a manchar a sua reputação. Cazuza foi perseguido. Veja só, até o juiz Siro Darlan disse que a única diferença entre Cazuza e um bandido do Comando Vermelho é que um nasceu na zona sul e o outro não. Coitado!
Portanto, esse filme tributa homenagem justíssima a um cidadão exemplar. Parabéns a Sandra Werneck e Walter Carvalho pelo trabalho que tem influenciado positivamente nossa juventude, que conta com tão poucas referências.
Outra contribuição elevada para nossa classe juvenil é o filme que retrata a vida e a obra da senhora Raquel Pacheco. Não conhece? Permita-me apresentá-la: Bruna Surfistinha, ex-garota de programa, que acabou largando a profissão depois de ter feito sucesso com suas histórias. Em 2006 ela lançou o livro “O Doce Veneno do Escorpião“, onde podemos ler narrativas edificantes.
A promoção da Raquel Pacheco ao status de estrela, na pele de Débora Secco, encorajará muitas meninas sonhadoras a seguirem firme no mundo gratificante do sexo por dinheiro. Quem sabe um dia a sorte acene para algumas outras?
Esse filme valorizará a profissão mais antiga do mundo, que em breve será regulada plenamente, outorgando aos seus usuários até o direito de reclamarem no PROCON eventuais serviços mal prestados. Aliás, a profissão prostituta já possui Classificação Brasileira de Ocupações (confira no site do Ministério do Trabalho e Emprego – Cód. 5198-05).
Portanto, parabéns ao senhor Marcus Baldini. Esse drama cinematográfico lhe renderá muitos dividendos e a contribuição ao nosso país na conta de bons valores é incalculável.
Para não ficar só nesses, lembro do Ronald Biggs, o lendário ladrão que assaltou um trem pagador na Inglaterra em 1963. Até hoje estão batalhando (lá na América) para fazerem um filme sobre ele – Mas creio que não vai dar... Interessante que essa peça rara acolheu-se no Brasil por muitos anos e, quando resolveram extraditá-lo, não deu certo, o advogado Sepúlveda Pertence, que anos mais tarde se tornaria ministro do Supremo Tribunal Federal, o defendeu. O Brasil é demais! Poderíamos citar outros exemplos de sucesso, mas esses bastam.
Assim sendo, julgo oportuno sugerir que algum diretor de peso tribute distinta homenagem, também, ao senhor Luís Fernando da Costa.
Esse moço agora está morando em Mossoró/RN. Em virtude da sua fama, a sua chegada lá foi sob forte aparato policial. Ele foi levado em uma aeronave da Força Aérea Brasileira e desembarcou sob flashes e microfones. A escolta, por ar, foi feita por 20 agentes federais, todos fortemente armados. A ida desse distinto cidadão, considerado o criminoso mais perigoso do Brasil (Que injustiça!), para Mossoró, vinha sendo planejada há tempos.
Dizem que ele manda matar, vende drogas e fatura 1,5 milhão de reais por mês mesmo de dentro de um presídio federal “de segurança máxima”. Não é um verdadeiro talento? Uma inspiração...
Para quem não o conhece, trata-se do Fernandinho Beira-Mar. Inteligente, influente, persistente, não desiste com facilidade de seus objetivos. A lista de suas qualidades é interminável. Centrado, habilidoso e corajoso, orquestra tudo de dentro de sua cela. É uma sumidade! Alguns adolescentes, quando são perguntados “o que quer ser quando crescer”, respondem logo: Quero ser como ele.
O Luiz Fernando deve ter poderes extrassensoriais. Ele não tem celular nem manda recados. Mesmo em um presídio “de segurança máxima”, ele consegue se comunicar com o exterior, dispõe de mordomia de dar inveja a qualquer um e, apesar dos feitos que o fizeram merecer 120 anos de cadeia por homicídio, tráfico de drogas e de armas, ainda mantém o elã.
Alô diretores de cinema, o amigo Luiz Fernando da Costa é um gênio cuja história de vida influenciará muitas cabecinhas em formação. Que exemplo maravilhoso, ainda mais notório que o Agenor, a Raquel e o Biggs juntos.
Deixando apenas por um minuto a ironia de lado, quero enfatizar que o Agenor, a Raquel, o Luiz Fernando e o Biggs são de carne e osso como qualquer um. São apenas pessoas. A questão é: Qual é o verdadeiro motivo de terem transformado esses personagens da vida em ídolos?
Realmente, filmes sobre homens e mulheres honestos, trabalhadores, que suaram a camisa estudando em escolas públicas e venceram na vida, não têm graça, não vendem. Dramas, ou mesmo reles documentários, sobre doutores que viram a noite perseguindo a cura de doenças violentíssimas como o câncer não dão lucro.
Filmes são produtos numa prateleira, como outros quaisquer. Se não tem quem compre, não viram realidade. Ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria.
Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Quem é o responsável pela sociedade optar por esses heróis como referências? Seria a mídia? Ou são os valores da sociedade que determinam os temas da mídia? Quem influencia quem?
Mas nem tudo está perdido. Acabamos de eleger para deputado federal um cidadão semi-analfabeto, que fazia gracinhas na televisão com uma peruca esquisita. Até aí tudo bem. Somos uma democracia. O problema é que Sua Excelência em breve assumirá, como titular, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Assim, podemos ter certeza de melhores dias.

Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra. - II Crônicas 7.14







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ERCILIO R OLIVEIRA



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6 de março de 2011

"ÚLTIMA GRANDE TRANSFÊNCIA DE RIQUEZAS"




Morris Cerullo e a “Última Grande Transferência de Riquezas”

É com grande tristeza que tenho testemunhado o surgimento de uma nova heresia a nível mundial. O Pr. Morris Cerullo, o “grande profeta” internacional da atualidade, afirma ter recebido de Deus uma profecia relacionada aos últimos tempos. Tal profecia foi posteriormente batizada de “A Última Grande Transferência de Riquezas”. O Pr. Morris Cerullo chegou a escrever um livro com este mesmo nome. No livro ele tenta explicar esta profecia, supostamente dada por Deus.
No início de agosto de 2009, o Pr. Morris Cerullo, em visita ministerial ao Brasil, foi convidado pelo Pr. Silas Malafaia para participar do programa Vitória em Cristo, exibido pela Rede Bandeirantes, apresentado e dirigido pelo próprio Pr. Silas Malafaia. Durante o programa o Pr. Morris Cerullo resolveu expor e explicar a profecia da “unção financeira” aos telespectadores brasileiros. Cerullo afirmou que ele e Deus haviam dialogado abertamente antes do programa ir ao ar. Segundo Cerullo, Deus lhe revelou algo extraordinário naquela íntima conversa.
Quando o programa estava no ar, Cerullo passou ainda uma nova “revelação” de Deus, dada especificamente para o programa (ele diz que não combinou nada com o Pr. Silas). Segundo ele, Deus lhe pediu para falar a todos os telespectadores que, em alguma época de suas vidas receberam promessas financeiras, mas que até aquele dia nada havia mudado em suas finanças. Cerullo disse (que Deus disse) que se estas pessoas fizessem uma “oferta voluntária” de R$ 900,00 (novecentos reais) todas as promessas financeiras seriam cumpridas até o dia 01 de janeiro de 2010. Uma revelação surpreendente, não é mesmo? O problema é que Morris Cerullo já demonstrou ser um falso profeta, devido a diversas profecias não cumpridas no passado.
No ano de 1989, Morris Cerullo fez uma série de profecias “bombásticas”. Na maior delas ele disse que até o ano de 1994, os Estados Unidos da América iriam passar por uma crise financeira que faria a grande depressão de 1929 parecer um simples piquenique. Contrariando o que Cerullo profetizou, a década de 90 foi a década de maior prosperidade financeira da história dos Estados Unidos. Nenhuma crise financeira se instalou em nenhum momento daquela década. Todas as outras profecias que Cerullo revelou em 1989 falharam em todos os aspectos. Nada se cumpriu.
Ainda no programa, Morris Cerullo disse que Deus lhe revelou que nestes últimos tempos deseja derramar sobre seu povo uma grande “unção financeira”. Segundo ele Deus disse: “Filho, eu quero que você diga a meu povo que, nestes últimos dias, eu tenho uma unção muito especial para derramar sobre eles”. Neste momento Cerullo interrompeu Deus e disse: “Uma unção financeira?”. Então Deus lhe respondeu: “Sim, filho, uma unção financeira. Farei algo na vida deles que eu nunca fiz antes. Vou liberar sobre eles uma unção financeira”. É preciso muito cuidado com revelações do tipo “Deus nunca fez isto antes”, pois este método costuma ser muito usado por falsos profetas. Faz parte do “show” deles, com claro intuito de emocionar os ouvintes.
Através de uma série de distorções de passagens bíblicas, forçando interpretações e sem se preocupar em explicar o contexto das passagens, Cerullo tentou explicar a finalidade de tal unção que Deus supostamente revelara. Cerullo usou até mesmo uma espécie de “numerologia evangélica”, dizendo que o número 9 para Deus significa ‘completo’. Só não se sabe de onde ele tirou essas idéias, da bíblia é que não foi. Cerullo também citou a passagem bíblica de 2 Crônicas 20.20 (que diz que devemos crer nos profetas de Deus) como forma de tentar comprovar a autenticidade de suas profecias. Mas o que Cerullo não disse é que a Bíblia revela que para que um profeta seja considerado verdadeiro é preciso que suas profecias se cumpram perfeitamente. E como já vimos, Cerullo já demonstrou estar longe de ser um verdadeiro profeta de Deus. Como alguém poderia dar crédito a um profeta com o histórico de Morris Cerullo?
No seu livro “A Última Grande Transferência de Riquezas”, Cerullo afirma que Deus irá transferir todas as riquezas dos ímpios miraculosamente para as mãos de seu povo. Segundo ele afirma, esta unção financeira servirá para cobrir as despesas com o evangelismo mundial dos últimos tempos, valor que ele considera astronômico, mas que os cristãos não devem se preocupar, porque o custo da “colheita do tempo do fim” não é surpresa para Deus (A Última Grande Transferência de Riquezas, Morris Cerullo, Editora Central Gospel, pag. 06).
Segundo as revelações feitas por Cerullo em seu livro, Deus está pretendendo redistribuir os bilhões e trilhões de dólares que estão concentrados nas mãos das pessoas que ele (Cerullo) chama de “megaespertalhões deste mundo” (A Última Grande Transferência de Riquezas, Morris Cerullo, Editora Central Gospel, pag. 07). Isto significa que, segundo este “profeta”, o mundo está prestes a testemunhar uma grande revolução financeira. Ainda segundo Cerullo, os cristãos que crerem nesta “visão” ficarão milionários quase que da noite para o dia. Sinceramente, nunca ouvi tanta bobagem teológica, seria até hilário se não fosse herético.
O que a Bíblia revela sobre as riquezas?
A Bíblia revela que nem sempre os que confiam em Deus devem ser ricos, e nem sempre os incrédulos devem ser pobres. O salmista revela que os servos de Deus não devem cobiçar as riquezas dos ímpios (Salmo 73.3). A diferença primordial entre o que serve a Deus e o que não o serve não está nas riquezas materiais, mas no estilo de vida e nos elevados padrões morais.
Jesus revelou que as riquezas são quase sempre um empecilho a salvação dos homens (Mateus 10.24). A posse de riqueza materiais é algo perigoso, pois pode levar a avareza, a qual escraviza o coração e sufoca a vida espiritual (Marcos 4.29). Deus conhece o coração dos homens e sabe que nem todos os seus filhos saberiam lidar com as riquezas sem que elas os levassem a ruína espiritual. Por isso as Escrituras dizem que os cristãos não devem desejar ser ricos (1 Timóteo 6.9).
Cerullo justifica esta revolução financeira baseado no que Deus realizou na vida de alguns seus servos do passado, ele cita José, Moisés e Salomão como exemplos. Em seu livro, através de uma tendenciosa interpretação bíblica, Cerullo chega a afirmar que Deus entregou TODAS as riquezas do Egito nas mãos de seu povo após libertá-los da escravidão (A Última Grande Transferência de Riquezas, Morris Cerullo, Editora Central Gospel, pag. 37). Cerullo usa essa tosca interpretação para afirmar que Deus irá fazer exatamente isso nestes últimos dias. A falta de consistência teológica de Cerullo fica evidente quando analisamos atentamente as Escrituras. É impressionante como esse tipo de interpretação só existe na mente dos adeptos da teologia da prosperidade.
Examinando as Escrituras
Na ocasião da libertação do povo de Israel do Egito liderada por Moisés, as Escrituras revelam que Deus permitiu que eles levassem APENAS certa quantidade de ouro, prata e vestimentas (Êxodo 12.35), além dos animais que já pertenciam a eles (vers. 32). É válido lembrar que estas jóias, ainda que poucas, posteriormente tornaram-se o motivo da ruína de muitos deles, pois foi este mesmo ouro que eles usaram para fabricar um ídolo para adorar, o bezerro de ouro (Êxodo 32.3,4), provocando a ira de Deus. Este é um exemplo do perigo que a posse de riquezas pode significar para o povo de Deus. A posse de riquezas pode levar às tentações pecaminosas.
No caso de José e Salomão, Deus realizou algo pessoal e específico na vida de cada um deles, de acordo com seus sábios propósitos. Ambos alcançaram status e regalias devido ao fato de que Deus os colocou em cargos de liderança. José foi governador do Egito e Salomão foi nomeado rei de Israel. É importante salientar que nem por isso todo o povo de Israel ficou rico nestas ocasiões. As dificuldades financeiras sempre existiram em Israel (Deuteronômio 15.7). Logicamente que Morris Cerullo nunca faz questão de esclarecer estes pontos em suas pregações avarentas. Bem pudera, pois isto somente iria estragar seus planos enganosos. A correta interpretação da palavra de Deus costuma ser como “pedras” nos sapatos dos pregadores da teologia da prosperidade.
O grande engano
É lamentável que muitos cristãos estejam caindo no “conto da riqueza” falsamente profetizada por Cerullo e os milhares de ministros da prosperidade ao redor do mundo. Isto se deve ao pouco conhecimento bíblico por parte destes cristãos. Infelizmente, poucos cristãos possuem o discernimento espiritual para identificar as doutrinas heréticas que rondam as igrejas. Poucos conseguem identificar aqueles que manipulam as Escrituras para conseguirem o que querem. Isto ocorre porque a maioria dos cristãos não busca um relacionamento íntimo com Deus, por isso não costumam orar pedindo discernimento de espírito, um dom espiritual importantíssimo.
Assim como o escritor de Hebreus exortou, devido à falta de oração e dedicação diária ao exame das Escrituras, a Igreja atual está repleta de "crianças imaturas" (Hebreus 5.12-15), cristãos que não são experimentados na Palavra da Justiça. Estes estão sofrendo de desnutrição espiritual devido à falta de disciplina e sede pela Palavra de Deus. Segundo o apóstolo Paulo, estes cristãos se comportam como “meninos inconstantes”, sendo facilmente enganados por ventos de doutrinas pregadas por homens desviados da verdade (Efésios 4.14).Bíblia Sagrada vs. Revelações de Cerullo
Voltando às “revelações” do Pr. Morris Cerullo, vimos que as explicações que ele usou em seu livro para justificar a tal “transferência de riquezas” se desfazem em pó quando analisada à luz das Escrituras. Toda suposta “nova revelação” dada por qualquer um que se diga profeta deve ser analisada, passando pelo crivo das Escrituras Sagradas (Mateus 22.29). Crer em tudo o que se ouve por aí é sinal de imaturidade espiritual. Tudo deve ser peneirado pelas revelações Bíblicas.
Cerullo afirmou em seu livro que é necessário um valor astronômico de dinheiro para alcançar o mundo para Cristo. Talvez Cerullo nem mesmo conheça as Escrituras (ou finge que não conhece). Veremos o que as Sagradas Escrituras mostram. As Escrituras demonstram que a Igreja primitiva jamais dependeu de uma “unção financeira” para que toda a Ásia Menor e leste Europeu fossem amplamente evangelizados através das viagens missionárias do apóstolo Paulo.
As Escrituras relatam que apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela Igreja primitiva, que eram reais (2 Coríntios 8.2), o poder de Deus fez com que o Evangelho alcançasse todo o mundo habitado daquela época (Atos 17.6). E por que Deus não faria o mesmo nos dias de hoje? Por que Cerullo diz que seria necessária uma unção financeira sobre a Igreja para que o mundo atual seja alcançado para Cristo? Será que Deus perdeu o seu poder? Sabemos que para Deus nada é impossível. O mesmo Deus que operou no passado continua operando nos dias atuais. As escrituras revelam que Jesus é o mesmo ontem, hoje e será eternamente (Hebreus 13.8).
Segundo as Escrituras, o apóstolo Paulo nunca dependeu de grandes recursos financeiros para alcançar os perdidos para Cristo. Mas Paulo dependia, e muito, do poder e autoridade do Espírito Santo, que operava poderosamente através de seu ministério o capacitando e realizar maravilhas em nome de Jesus (Romanos 15.19). Multidões eram alcançadas para Cristo. Isto porque não são os recursos financeiros que fazem a diferença na obra missionária, mas sim a presença e unção do Espírito Santo. As Escrituras Sagradas revelam que o suprimento da obra missionária na Igreja primitiva não dependia de cristãos milionários, mas de cristãos que amavam o Evangelho, cheios do Espírito Santo, dispostos a ofertar, ainda que não fossem milionários (2 Coríntios 8.1-3).
Os pregadores da riqueza: novas revelações como pretexto para a avareza
Certamente o apóstolo Paulo chamaria a extraordinária “unção financeira” do Pr. Morris Cerullo de "pretexto de avareza" (1 Tessalonicenses 2.5). É costume dos pregadores da prosperidade alegar o recebimento de “novas revelações” como pretexto para disfarçar o amor que nutrem pelo dinheiro. O apóstolo Pedro prenunciou o aparecimento dos ministros da avareza, dizendo: “... movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio” (2 Pedro 2.3). Os pregadores da prosperidade costumam rebaixar o Evangelho de Cristo a um mero “negócio”.
Já ouvi certo famoso pregador internacional (Mike Murdock) afirmar que, apesar de muitos pensarem ao contrário, Jesus na verdade era um homem rico, pois ele tinha até mesmo um tesoureiro para cuidar de seus “negócios”. Essa afirmação é lamentável. As Escrituras dizem que Jesus se fez pobre materialmente para que enriquecêssemos espiritualmente (2 Coríntios 8.9).
O que o povo de Deus está realmente precisando é não é de uma “unção financeira”, mas da poderosa unção do Espírito Santo, a qual capacita o cristão a pregar o evangelho com grande autoridade (Atos 1.8; 4.31). A profecia da “unção financeira” pregada por Cerullo não passa de heresia, impulsionada por uma cobiça oculta. Isto é fruto da apostasia doutrinária dos últimos tempos, profetizado pelo apóstolo Paulo em 1 Timóteo 4.1. As heresias sempre foram um problema para a Igreja de Cristo. Somente o conhecimento da Escrituras Sagradas pode nos proteger dos falsos ensinos, que são inspirados por satanás: o pai da mentira (João 8.44).
Somente com a capacitação do Espírito Santo, alcançada através de uma vida de fervorosa oração e santidade é que o mundo poderá ser efetivamente alcançado para Cristo. Se todo cristão fizesse sua parte em prol da divulgação do Evangelho, certamente não levaria muito tempo para que todas as nações da terra fossem evangelizadas. Esta é a verdadeira revelação que Jesus fez aos seus discípulos ao ressuscitar “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho (Marcos 16.15). Esta é a verdadeira revelação de Deus, que dever ser crida e obedecida em todas as igrejas cristãs.
O fato é que estamos vivendo uma época de grande confusão e enganos doutrinários na Igreja, e como já disse, isto é fruto do pouco conhecimento bíblico por partes dos cristãos. As Escrituras estão se cumprindo diante dos nossos olhos. Jesus está às portas. Os falsos mestres estão por todos os lugares. Como o apóstolo Paulo já havia alertado no passado, a sã doutrina não está mais sendo suportada (2 Timóteo 4.3). Para muitos ela já perdeu a graça. Porém, na verdade os que não a suportam é que perderam totalmente a graça de Deus.



Mais do que nunca a Igreja precisa atentar para a sã doutrina, que nos livra dos falsos profetas.



Por isso, oremos e sejamos sóbrios,



Que Deus possa abrir os nossos olhos espirituais!



Igor Chastinet.

Camiseta Genizah - Sou cristão - Preta :: Mádua: Livraria evangélica / gospel

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1 de março de 2011

A PODER EM SUAS PALAVRAS! AH É? DESDE QUANDO?





E PRONTOOO
PLIMPLIM








"QUEM JÁ NÃO OUVIU AS FRASES?  RECEBAAAAA....TOME POSSE MEU IRMÃO....PROFETIZA MEU AMADO SOBRE SEU IRMÃO...EU DETERMINO...EU DECLARO, CHEGA A SER CÔMICO PARA NÃO DIZER TRÁGICO.

Muitos “chavões” ou “jargões” têm invadido as igrejas evangélicas no Brasil. Frases como: “Eu te abençôo”, “Eu profetizo”, “Toma posse da bênção”, "Eu determino", "Eu declaro", entre outras, viraram formas arrogantes de os crentes exercitarem sua fé ou de se dirigirem a Deus, exigindo bênçãos imediatas. Preocupados com essa nova linguagem e com essa nova postura, faremos uma rápida análise do contexto evangélico atual, para que possamos entender o porquê dessas invencionices, praticadas durante as chamadas "ministrações", realizadas nos cultos.

1. Os Jargões e as Doutrinas Modernas
Muitos jargões surgiram como resultado de doutrinas controvertidas, como a crença em “maldição hereditária”, a “confissão positiva”, a “incubação de bênçãos”, a “teologia da prosperidade”, entre outros ensinamentos antibíblicos. Essas doutrinas equivocadas são usadas pelo inimigo para enganar e tirar dos cristãos a exclusividade da fé em Cristo, que é suficiente para libertar, curar e proteger os servos de Deus de toda força do mal. O desejo do inimigo é, também, sustentar, na mente dos evangélicos, essas inovações doutrinárias, contaminando-os com doutrinas de demônios.
1.1 Os jargões evangélicos e a confissão positiva
A chamada "confissão positiva" coloca o peso das realizações espirituais "nas palavras pronunciadas e na atitude mental da pessoa", de quem está ministrando, desconsiderando a genuína fé em Deus (At 3:16; Hb 12:1-2). Essa atitude é apoiada na falsa crença que diz: “Há poder em suas palavras”, como se as palavras humanas tivessem poder de criar, de intervir, de mudar situações. A ênfase é posta no homem, e, raramente, o ministrante cita o poder da Palavra ou o poder de Deus (Rm 1:16-17). Há dezenas de livros ensinando os crentes a agirem assim. A maioria dos fiéis não percebe que está caminhando para o abismo espiritual, lugar daqueles que se afastam das verdades bíblicas.
1.2 Os jargões evangélicos e a incubação de bênçãos
A conhecida "Incubação de bênçãos" é um desdobramento da crença na "confissão positiva". Consiste no seguinte: O crente incauto é ensinado a "gerar uma imagem mental", direcionada para o alvo que se pretende alcançar; por exemplo: se o crente deseja um carro, deve engravidá-lo mentalmente, para que Deus possa conceder-lhe a graça. É ridículo, mas, infelizmente, centenas de crentes deixam-se enganar. Essa atitude tem levado muitas pessoas ao comodismo, à inércia espiritual e a uma atitude preguiçosa, pois já não se esforçam para conseguir, com trabalho duro e honesto, aquilo de que precisam. Pelo contrário, ficam à espera do momento em que a bênção irá “cair do céu”. Da crença na "incubação das bênçãos", surgiu a arrogante frase: "Toma posse da bênção”. Isso simplesmente não existe na palavra de Deus.
1.3 Os jargões evangélicos e a mania de querer mandar em Deus
Chavões tais como: “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os crentes e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem Deus; colocam o "EU" na frente e soltam palavras que não fazem parte das alianças divinas, das promessas divinas, dos oráculos divinos, dos estatutos divinos, da graça divina, da misericórdia divina, do amor divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus não mandou declarar. “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto" são expressões despidas da espiritualidade ensinada na palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma.
Os cristãos precisam entender que não podem dar ordens a Deus! É Deus quem determina; é Deus quem decreta; é Deus quem declara; é Deus quem abençoa. É Deus; não sou eu. Ele é tudo; eu sou nada! Eu sou servo; Deus é Senhor! Ele é soberano; eu apenas obedeço à sua Palavra. A Deus, toda a glória! Assim, não é a minha vontade que deve prevalecer. Jesus não só nos ensinou a orar: ... seja feita a tua vontade (Mt 6:9 e 10), como também pôs em prática o que ensinou: ... todavia, faça-se a tua vontade ... (Mt 26:42). Pronunciar uma frase por deliberação própria e dar a entender que está autorizado por Deus, sem, na verdade, estar, é enganar o rebanho do Senhor. Deus não opera onde há engano; não compactua com enganadores e não terá por inocente aquele que tomar seu nome em vão (Êx 20:7).
1.4 Os jargões evangélicos e o egocentrismo
O que nos chama à atenção nessas manias, nessas invencionices, é o seguinte: quanto mais elas se alastram, mais o nome de Deus desaparece e o "EU" entra em cena. É trágico: os cristãos vão se tornando embrutecidos, achando que podem assumir o lugar do Altíssimo Deus. E não é este o incansável desejo de satanás? Veja, leitor: Cada vez mais os cristãos expressam o desejo de assumir o lugar de Cristo: “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, Eu te abençôo”. É o "EU" como centro da fé; é o egocentrismo religioso em marcha; é o endeusamento do egoísmo; é a divinização do homem.
Os cristãos precisam entender que Jesus não permitiu que o seu "EU" aparecesse. Quando alguém o chamou de “bom Mestre”, ele desviou de si a atenção e disse: ... bom só há um, que é Deus ... (Mt 19:17). É preciso ter muito cuidado com o egocentrismo religioso: o "EU" atrai para o homem a glória que a Deus pertence, sendo o resultado de tal atitude a morte eterna.
2. Reflexões Bíblicas Sobre Alguns Jargões
É necessário muita graça e sabedoria divina para discernirmos o ensino que é de Deus e o ensino que é do diabo. A ausência de estudos da palavra de Deus, ministrados de forma sistemática, tem dado oportunidade para a entrada de heresias, acompanhadas dos chavões religiosos, nas igrejas. Por isso, somos convidados a refletirmos sobre seguinte questão: A utilização dessas estranhas expressões tem o apoio da Bíblia? Avaliemos algumas delas:
2.1 "Eu te abençôo”
Os servos de Deus, em nome do Senhor Jesus, são bênção para as pessoas. A Bíblia diz: ... estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome ... (Mc 16:17). Todas as bênçãos divinas são derramadas através dos servos, em nome de Jesus.
Em lugar de "Eu te abençôo", o cristão deve dizer: “O Senhor te abençoe”, conforme o ensino bíblico: Fala a Arão, e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel; dir-lhes-eis: O Senhor te abençoe e te guarde. (Nm 6:23 e 24). O nome do Senhor precisa ser invocado e não o "EU". O "EU" é carne; o "EU" é pecador; o "EU" é corrompido; o "EU" não é divino; é humano.
Vejamos o complemento da palavra de Deus: Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei. (Nm 6:27). Vejamos também quem pode ordenar a bênção: ... porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre (Sl 133:3); ... então eu mandarei a minha bênção sobre vós ... (Lv 25:21); ... o Senhor mandará que a bênção esteja contigo ... (Dt 28:8); ... Eu o abençoarei (...) abençoarei os que o abençoarem ... (Gn 12:2-3). Será que Deus mudou? Não encontramos, nem no Antigo nem no Novo Testamento, alguém fazendo uso do “EU te abençôo”. Se esse ensino esquisito não vem da Bíblia, de onde vem?
2.2 “Eu profetizo”
O ministério profético cessou. Todos os profetas de Deus foram rejeitados e mortos (Mt 23:37). Segundo a palavra de Deus, o que existe hoje, na igreja do Senhor, é o "Dom da Profecia". Profecia, então, é um "Dom espiritual" (I Co 12:10), útil para que Deus fale de maneira sobrenatural às pessoas, assim como, pela "variedade de línguas", se fala sobrenaturalmente a Deus. O "Dom espiritual" é uma capacidade sobrenatural que atua nos filhos de Deus, quando Deus quer, e para o que ele achar proveitoso (I Co 12:11). Por isso, o uso da frase “Eu profetizo” é totalmente inadequado.
A Bíblia ensina que a profecia não depende do "EU" querer: ... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo. (II Pe 1:21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: Assim veio a mim a palavra do Senhor ... (Jr 1:4); Assim diz o Senhor ... (Jr 2:5; Is 56:1; 66:1); Ouví a palavra do Senhor ... (Jr 2:4); E veio a mim a palavra do Senhor (...) disse o Espírito Santo ... (At 13:2); ... Isto diz o Espírito Santo ... (At 21:11); Mas o Espírito expressamente diz ... (I Tm 4:1). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa divina.
Pense bem: Como é que eu e você vamos profetizar bênçãos, sem que Deus tenha nos autorizado, em sua palavra, a Bíblia Sagrada? Como é que eu e você vamos profetizar, se, em nós mesmos, não há bênçãos para oferecermos, visto que a Palavra afirma que, em nossa natureza, não habita bem algum? Como é que eu e você vamos profetizar bênçãos em nosso nome, se a Bíblia afirma que toda boa dádiva, todo dom perfeito vem do alto, do Pai das luzes, em quem não há mudança e nem sombra de variação?
Essa arrogância do "Eu te abençôo" deriva da falsa crença na "confissão positiva", que leva as pessoas a crerem em que há poder nas suas próprias palavras. Daí acharem que podem profetizar bênçãos a qualquer momento e a qualquer pessoa. A Bíblia condena essa falsa crença, pois somente Deus tem poder para abençoar.
Além de tudo isso, é estranho o fato de que as pessoas que vivem dizendo: "Eu profetizo" só "profetizem" bênçãos e mais bênçãos, sendo que, nas profecias bíblicas, o Espírito Santo inspirava os profetas a anunciarem bênçãos, castigos, catástrofes, juízos aos desobedientes à palavra de Deus, repreensão, etc. Não é estranho, hoje, as pessoas "profetizarem" somente bênçãos? Se Deus não muda, de onde está vindo a inspiração para essa gente "profetizar"?
Outro fator a pensar é este: As pessoas que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria ao povo. Mas, hoje, é só isto: "Eu te abençôo". É um procedimento totalmente fora da palavra de Deus.
2.3 “Tomar posse da bênção”
Não encontramos o uso dessa expressão no Antigo e nem no Novo Testamento. É um jargão de uso freqüente nas igrejas cujas reuniões têm como tema e propósito principal pregar e receber a prosperidade material, que eles reduzem a bênçãos. Os seus líderes não se preocupam com nutrir o rebanho com as verdades da palavra de Deus, que conduzem à salvação em Cristo Jesus (II Tm 3:14 e 15)
Essa frase surgiu para fortalecer a doutrina da "incubação de bênçãos". Como já vimos, neste texto, primeiramente a pessoa tem a “visualização positiva” da bênção desejada, isto é, concebe, em sua mente, o que ela quer receber, e, em seguida, é motivada a “tomar posse bênção”.
A "incubação de bênçãos", a "visualização positiva" e o uso do termo “tomar posse da bênção” são atitudes que substituem a fé operante e a atuação divina, levando as pessoas a crerem em que tudo depende da força da mente e das palavras de poder pronunciadas por elas. Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos que é errado usar o termo "Toma posse da bênção" como meio de termos as bênçãos divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos de Jesus nunca cometeram esse tipo de equívoco, pois, em lugar de dizerem: "Toma posse da bênção”, eles disseram: ... se tu podes crer; tudo é possível ao que crê (Mc 9:23); ... Tende fé em Deus ... (Mc 11:22), ... grande é a tua fé! ... (Mt 9:28) ... Seja-vos feito segundo a vossa fé (Mt 9:23); Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda ... (At 3:6). Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a palavra de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus, através da fé.



Conclusão



Doutrinas heréticas têm ocupado a mente e o tempo de muitos crentes. Elas não conduzem as pessoas a confiarem no sacrifício do Calvário, na cruz do Senhor, no sangue de Jesus, que nos purifica de todo o pecado, mas levam as pessoas a se envolverem com várias práticas estranhas à Palavra inspirada pelo Espírito Santo. Essas heresias são caracterizadas, na Bíblia, como o “outro evangelho” (Gl 1:8), chamado, pelo apóstolo Paulo, de anátema ou maldito.
Conhecendo a origem de algumas doutrinas, como, por que e para que surgiram, e somando isso aos esclarecimentos feitos à luz da palavra de Deus, você deve pedir a Deus graça e sabedoria, para ensinar à igreja o caminho da luz e para conduzir os filhos de Deus dentro dos propósitos do evangelho da graça divina, para que não se percam, mas tenham a vida eterna.



FONTE: C.A.P.D.